janeiro 24, 2012

Madrugada

Mal consigo fechar os olhos, por mais que eu tente o sono não vem.
O que me faz companhia é o barulho da chuva, como se estivesse entoando uma canção de ninar desconhecida.
Imagino que esta chuva seja de sangue, ou até mesmo de pétalas vermelhas, que caem sem parar, embelezando tudo o que toca.
Imagino também que esteja nevando, assim me refúgio nas minhas lembranças pra me manter aquecida.
Gostaria de sair e sentir as gotas de chuva. Queria saber qual sensação ela me daria hoje.
Imagino também, que há um(a) Deus (a) no céu chorando e suas lágrimas formam as gotas das chuvas, o orvalho da manhã.
Me imagino na chuva perdida com um dente de leão em mãos, se eu fizer o desejo será forte o bastante, suas sementes conseguirão partir com está chuva?
Minha voz não sai, apenas um leve sussuro, um nome a muito tempo esquecido, mas com a sonoridade semelhante as gotas da chuva.
Um sussuro que só eu e a chuva consegue ouvir. Será este o motivo de a chuva nunca me abandonar?
Desejo deitar sobre chão molhado, me afogar nestas lágrimas geladas.
Será que assim meu coração ficara frio o bastante, ou será ele que me manterá aquecida até o fim?
E se eu não acordar mais? Se eu simplesmente sumir?
Amasso o dente de leão em minhas mãos e mais u
ma vez sussuro.
Decido abandonar minhas imaginacoes e apenas olho pra chuva.
Minha companheira que embala comigo uma canção de ninar, que desenha o rosto dele em tudo o que olho.
Que desenha minha morte em cada gota que cae.

"Não quero nunca mais ter que ir e desistir de você
Fico acordada até as 4 da manhã E as lágrimas estão rolando
E eu quero fazer isso valer a luta"

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